Páscoa: muito mais pagã do que cristã
- Lilian Barros
- 29 de abr. de 2019
- 3 min de leitura

Eusébio de Cesaréia, que viveu entre 263 e 340 d.C., falou sobre a grande discussão a respeito do dia da celebração da Páscoa para o Cristianismo primitivo. Tudo isso aconteceu em 325 d.C, no Conselho Eclesiástico de Nicéia, tendo seu cálculo assim fixado:
O primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorresse o Equinócio de Primavera, no hemisfério Norte (Outono no Hemisfério Sul).
O Carnaval é calculado em cima dessa Lua, por volta de 40 dias antes. Já a Quarta de Cinzas tem esse nome porque usavam-se restos das fogueiras das Saturnálias romanas, mistos a água benta, para se desenhar uma cruz na testa dos pagãos recém convertidos...tudo para não chocar o povo na transição de religiões!
Hoje, vocês vêm vídeos e matérias que tentam associar a Páscoa com o Pessach do Calendário Judeu, porém a origem da Páscoa cristã está mesmo nos ritos de Eoster e é muito anterior as novas religiões que, como o judaísmo e o catolicismo, mal saíram das fraldas. Vejam que o Pessach comemora a passagem de Moisés pelo Mar Vermelho em busca da terra prometida...nada a ver com a Ressurreição dos católicos, mesmo porque judeus não crêem em Jesus como o Messias.
Qual a verdadeira origem da Páscoa?
Praticamente todos os povos antigos tinham sua versão da festa que comemorava a chegada da primavera, bem como uma de suas primeiras divindades: EE-ah-tra! Séculos se passaram e EE-ah-tra teve seu nome modificado para Eostre, tanto nos países de língua inglesa como alemã.
Entre os romanos a festa tinha o mesmo propósito, mas a divindade homenageada era Réia ou Cibele. Já para os egípcios, a Páscoa é comemorada desde 2700 AC, com o nome de Sjam El Nessim, ou Dia da Primavera. O festival trabalha temas como renovação e criação.
Cada novo ciclo da natureza era considerado como algo muito importante e digno de celebrações que duravam dias, mas a Primavera mais que todos, já que sucedia um longo inverno de escassez e fome. Ela ocorria no final de Março nos países mediterrâneos e foi lá que os sacerdotes da nova religião fizeram a transição do paganismo para o Cristianismo, bem como a maior apropriação de idéia da nossa era: Transformaram as celebrações do “renascimento da natureza após a morte do inverno” no mito do “Cristo ressucitado após sua morte na cruz”!
Não estou querendo dizer que Jesus não tenha existido, já que quilômetros de escrituras apócrifas e evangelhos canônicos que falavam sobre ele foram encontrados e comprovados por testes de carbono, mas que a sua divindade só foi introduzida a partir do Concílio Ecumênico da Calcedónia, que se realizou em 451 d.C.
A Igreja viu que poderia lucrar mais com um novo Deus, que substituísse as Deusas pagãs da antiguidade, confirmando assim a Era dos Homens: o “Cristo” como único caminho de se chegar ao “Pai”.
A natureza deixou de ser celebrada e o homem passou a desmatar florestas e explorar recursos naturais sem piedade, afinal perdeu toda a conexão que mantinha com os ciclos da Mãe Terra.
Astrologia Tropical, uma forma de se reconectar os Ciclos da Natureza
Na Astrologia Tropical, o Ano Astrológico tem início no primeiro dia da Primavera, quando o sol se encontra a 0 graus da constelação de Áries.
Esse sistema tem sido utilizado há cerca de dois milénios aqui, no Ocidente, e se baseia no suposto movimento do Sol ao redor da Terra, passando pelas 12 principais constelações zodiacais.
Como se fôssemos um com o universo, passamos a perceber muito melhor seus ciclos quando observamos os trânsitos planetários sobre nossos mapas natais. Num Trânsito de Vênus, por exemplo, podemos ver o início de um relacionamento amoroso ou seu término. Já num trânsito de Saturno, nos sentimos cobrados a amadurecer e assumir compromissos, a fim de obtermos sucesso e reconhecimento.
Mas, além da função previsiva, o Mapa Natal nos leva ao autoconhecimento profundo, o que nos coloca no domínio pleno dos 12 principais setores da vida: família, dinheiro, estudos, relacionamentos, filhos, saúde, trabalho, sexo, viagens, carreira, amigos e espiritualidade.
De acordo com a premissa na qual se baseia a Astrologia, a de que “assim como é em cima, é embaixo”, ao mergulharmos nesse grande organismo cósmico que é nosso Mapa Astral, temos a oportunidade de redescobrir nossas forças primordiais e, a partir daí, renascer após cada término, cada perda ou momento difícil.
Astrologia é uma ciência que tem tudo a ver com os ciclos da natureza!
Astróloga Lilian Barros